Uma nova pandemia! Agora entre abelhas
Os pesquisadores da Universidade de Boulder, nos Estados Unidos, descobriram que há evidências crescentes de que outra "pandemia", como a chamam, infecta abelhas em todo o mundo há duas décadas e está se espalhando: um patógeno fúngico conhecido como Nosema.
Embora tenha sido documentada na Europa, no Canadá e até no Quênia, essa infecção foi registrada quase exclusivamente na abelha européia, o polinizador comercial reconhecível. Suas descobertas, publicadas no revista PLOS Pathogens, revelam que quase nada se sabe sobre o impacto desse patógeno em abelhas nativas e solitárias, que compõem a maioria das aproximadamente 20.000 espécies de abelhas do planeta.
Segundo Arthur Grupe, principal autor do artigo e pós-doutor no Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Boulder, mais trabalho precisa ser feito para entender as infecções por Nosema em espécies nativas de abelhas e as possíveis conseqüências para os ecossistemas nativos.
As populações de abelhas, e especificamente as colmeias de abelhas, em todo o mundo têm diminuído nas últimas duas décadas devido ao distúrbio do colapso das colônias. Embora não haja uma causa singular por trás desse fenômeno, a saúde das abelhas e de suas colônias é afetada pelo que é conhecido como os quatro P's: pragas, patógenos, má nutrição e pesticidas.
Os autores do estudo dizem que é crucial que os cientistas compreendam melhor como essas cepas de Nosema estão viajando pelo mundo e afetando abelhas nativas solitárias, pois podem levar a mais pandemias de abelhas e contribuir para o colapso das colônias.
Uma cascata de efeitos
Algumas flores, como o snapdragon (Penstemon), só podem ser polinizadas por uma abelha ou inseto com o tamanho e peso certos, provocando a abertura da flor quando a abelha pousar nela. Se esse tipo de abelha é exterminado por uma infecção, essa planta também pode desaparecer - e com ela, outros animais que comem seus frutos ou folhas.
As flores também são quase exclusivamente onde as abelhas solitárias - a maioria de todas as espécies de abelhas - encontram seus parceiros, pois, de outra forma, as fêmeas nidificam sozinhas no chão ou em estruturas construídas a partir de materiais vegetais. Se essas flores morrem, também os lugares onde as abelhas encontram seus parceiros reprodutivos.
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